Como habitual, o ponto de
encontro para inscrições foi na Cooperativa Agrícola de Vila Pouca de Aguiar,
onde se deu a bênção dos tratores pelo Padre António Paulo e ainda um discurso
proferido por Ana Rita Dias, Presidente da Câmara Municipal de Vila Pouca de
Aguiar.
O passeio da edição de 2025
seguiu para o centro da vila e Complexo Desportivo, partindo depois pela Estrada
Nacional 2 em direção a Pedras Salgadas, com passagem pela Igreja de São
Martinho, Bornes de Aguiar, Avenida de Pedras Salgadas, Rebordochão, Lagobom,
Pensalvos, Cabanes, Reguengo, culminando na Lagoa do Alvão para o almoço e
convívio rural. A animação esteve por conta do Grupo de Cantares da Associação
Cultural Recreativa Estudantil de Pedras Salgadas (ACREPES) e Fole Alma,
contando ainda com a exposição de máquinas agrícolas e com a típica disputa de
tratores que puxam uma caixa de areia.
Para Manuel Chaves, porta-voz da
Associação Sonhocerto, este tipo de eventos é muito importante não só do ponto de
vista social, como de valorização do setor da agricultura. “Estamos numa zona geográfica
atingida, de uma de uma forma brutal, pela desertificação. Hoje tivemos ocasião
de passar por variadíssimas aldeias e freguesias e (…) há pouquíssimas pessoas
nas casas, pouquíssimas pessoas nas aldeias, e as que há são muito idosas e
isto é quase uma calamidade”. Diz ainda que não é apenas no concelho de Vila
Pouca de Aguiar, referindo-se ao interior de todo o país, e considera que “não
tem sido dada a importância suficiente e a importância que o problema merece”.
Desta forma, um dos objetivos do
passeio agroturístico é “trazer à consciência da comunidade aguiarense a
necessidade de se desenvolver iniciativas de cariz social, porque este evento é,
acima de tudo, um evento de relações sociais”. O reconhecimento do setor da
agricultura, demarcado na comunidade aguiarense, também é referido como um dos
propósitos do evento, uma vez que o concelho de Vila Pouca de Aguiar é
historicamente agrícola, diz Manuel Chaves, com cerca de 1.000 explorações
registadas. “Os nossos políticos não podem esquecer este setor da nossa
sociedade”.
Por fim, o porta-voz da
Associação Sonhocerto apela aos próximos autarcas para que “não deixem de
valorizar quem tem que ser valorizado aqui no nosso concelho, que são as
pessoas que trabalham, as pessoas que não desistiram de se fixarem cá, de
residirem cá, de construírem o seu futuro cá”. Ainda sobre este ponto,
acrescenta que é necessário que a autarquia desenvolva políticas para os apoiar,
através de “eventos mais virados para a cultura, para tornar a região atrativa,
para apoiarem os jovens que tenham ideias e perceber o que é que querem e o que
é que precisam”.
Texto e fotos: Ângela Vermelho
Sociedade