Balcão de apoio a afetados pelos incêndios do concelho de Chaves já formalizou 14 pedidos


A Câmara Municipal de Chaves colocou novamente em funcionamento um balcão de apoio às pessoas afetadas pelos incêndios, no sentido de esclarecer dúvidas e ajudar a população no preenchimento dos formulários de acesso às medidas de mitigação dos incêndios rurais.

Segundo a autarquia flaviense, foram formalizados até ao momento, 14 pedidos e solicitadas informações por parte de 25 pessoas.

Este ponto de ajuda entrou em funcionamento a 25 de agosto tendo o primeiro processo sido submetido à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), entidade territorialmente competente para atribuição dos referidos apoios, esta segunda-feira, 1 de setembro.

O Balcão de Apoio funciona junto da Divisão de Desenvolvimento Económico (DDE), situada no Edifício Polis, na Rua da Trindade, em Chaves.

Na sequência dos incêndios foi publicado o Decreto-Lei n.º 98-A/2025, de 24 de agosto, que contempla as medidas de apoio e mitigação do impacto de incêndios rurais, num total de 45 medidas. O diploma do Governo entrou em vigor na segunda-feira, 25 de agosto, com efeitos a 1 de julho.

De acordo com o município, estes apoios têm como objetivo, “a reconstrução de habitações, o apoio aos agricultores, a retoma da atividade económica, a reparação de infraestruturas e de equipamentos, a recuperação do ecossistema e a contenção dos impactos ambientais”.

As autarquias locais têm como missão “recolher, registar e reportar” à respetiva Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, os dados relativamente aos danos apurados, na sequência de vistoria conjunta a realizar por técnicos dos municípios e da CCDR.

“As condições dos apoios previstos serão objeto de regulamentação específica, no prazo de 5 dias, conforme as áreas a considerar”, conforme nota publicada.

Em oito meses, o concelho de Chaves registou 96 ignições em contexto florestal e dois incêndios com maior expressão, um que deflagrou na Bolideira e o incêndio de Cambedo que veio de Espanha, tendo sido atribuído a Vilar de Perdizes. Arderam 3 525 hectares e há a registar até ao momento, prejuízos em infraestruturas e em culturas.

Dos 96 incêndios que ocorrem no concelho de Chaves desde janeiro até ao momento, foram registados dois de maior expressão, o da Bolideira que teve início a 15 de agosto pelas 12h21 que afetou as freguesias de Águas Frias, Planalto de Monforte e Tronco, esta última mais afetada. Neste incêndio florestal foram consumidos 66 hectares (ha) e os prejuízos provisórios registados foram em três infraestruturas, numa habitação de 2º habitação, num armazém e num armazém devoluto. Ficaram destruídos 17,5 ha de áreas agrícolas (vinhas (0, 1ha); pomares (1,2ha); florestas de castanheiro (1,5ha)), 12,27 ha de floresta e 36 ha de matos. No terreno estiveram 113 operacionais dos bombeiros e sapadores florestais, apoiados por 29 veículos, três meios aéreos e uma máquina de rastos.

O incêndio com maior expressão, e que mais meios mobilizou, foi o incêndio de Cambedo que iniciou em Espanha tendo entrado em Portugal por Vilar de Perdizes, no concelho de Montalegre, e no concelho de Chaves, a partir da freguesia de Vilarelho da Raia por volta das 12 horas de 19 de agosto, tendo afetado as freguesias de Vilarelho da Raia, Bustelo, Ervededo, Outeiro Seco, e Vilela Seca, estas quatro últimas freguesias mais fustigadas e com uma área ardida superior a 600 ha/casa. Em Bustelo ardeu 64% do território e as demais na ordem dos 50%. Neste incêndio florestal foram consumidos 3 425,9 hectares (ha) os prejuízos provisórios registados foram em 12 edificações, numa habitação de 2º habitação em Outeiro Seco, em quatro habitações devolutas (Bustelo (1), Agrela (2), Couto de Ervededo (1)); em seis armazéns (Bustelo (1), Agrela (1), Outeiro Seco (3), União de Freguesias Santa Cruz Trindade e Sanjurge (1)), num armazém devoluto em Vilela Seca. Ficaram destruídas caixas de transformação elétrica no mercado do Gado, na zona industrial.

O incêndio afetou a atividade florestal, agrícola e apícola das freguesias afetadas. Ficaram destruídos 678,8 ha de áreas agrícolas (vinhas (124 ha); pomares (17,7ha); florestas de castanheiro (6 ha), destruição de 38 ha de pastagens, destruição de 1 390,7 ha de floresta, 1 266,4 ha de matos e 1,1 ha de galerias ribeirinhas. No terreno estiveram, não em simultâneo, 1018 operacionais em ações de comando, combate, planeamento e socorro, apoiados por 350 viaturas, 11 meios aéreos e cinco máquinas de rastos do Município de Chaves, Exército e ICNF. Este incêndio, que iniciou na terça-feira, 19 de agosto, foi dado como dominado na madrugada de quinta-feira, dia 21 de agosto, pelas 02h00. Na perspetiva humana não houve danos nem feridos.

 

Sara Esteves

Fotos: Carlos Daniel Morais


05/09/2025

Sociedade


. Partilha Facebook