Além da CCDR-N, a conclusão do Comité
da Convenção de Aarhus foi que também a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e a
Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) retiveram “de maneira deliberada
e infundada” informação sobre o processo.
Esta entidade do Norte esclareceu
que agiu “conforme o enquadramento legal nacional” e que a 8 de abril de
2021, respondeu à Fundação Montescola “informando que o procedimento de AIA
se encontrava em fase de instrução e apreciação do Estudo de Impacte Ambiental
(EIA), coordenado pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), enquanto
Autoridade de AIA”.
Nesta fase, diz ainda a CCDR-N, através
de comunicado que, “não estavam reunidas as condições legais para facultar o
acesso aos documentos solicitados” e que “apenas detinha documentos
relativos à sua participação no processo, não sendo a entidade responsável pela
centralização da documentação”.
“Esta interpretação foi
confirmada pela Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (CADA), que
validou que o acesso só deveria ocorrer após o termo do procedimento ou após um
ano da elaboração dos documentos”, lê-se ainda no comunicado.
Posteriormente, e na sequência daquele que terá sido um novo pedido, a Comissão de
Coordenação e Desenvolvimento Regional Norte “disponibilizou à
Fundação Montescola toda a documentação que detinha e que já se encontrava
elaborada há mais de um ano, em conformidade com os pareceres da CADA e com o
enquadramento legal vigente”.
Face à conclusão do Comité da
Convenção de Aarhus, a CCDR-N destaca que sua atuação foi “pautada pelo
estrito cumprimento da lei e pela consulta à entidade competente em matéria de
acesso à informação administrativa, não tendo havido qualquer retenção indevida
ou injustificada de informação”.
A comissão de coordenação refere
ainda, quanto ao parecer do Comité da Convenção de Aarhus, que este “reconhece
que as entidades envolvidas, incluindo a CCDR Norte, atuaram de acordo com a
legislação portuguesa em vigor”, apesar do comité considerar “que essa
legislação deve ser revista por não estar plenamente alinhada com os princípios
da Convenção de Aarhus”.
Sara Esteves
Foto: DR
Sociedade